Antonio Carlos Pedroso de Siqueira

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Considerações sobre Transparência – (Dez/2008)

Por Antonio Carlos Pedroso de Siqueira

Já estamos nos acostumando a conviver com termos como: “boas práticas”, “fair trade” e “accountability”, como parte deste momento onde novas normas são estabelecidas para a elaboração e apresentação das Demonstrações Financeiras, buscando conformidade com normas internacionais.

A qualidade da informação a ser prestada pelas Empresas é uma nova e constante exigência do mercado. Certamente comporá a relação das barreiras não tarifárias dos importadores e/ou compradores de produtos, bens e serviços, cada vez mais exigentes. Aumentando, como conseqüência, os riscos regulatórios, como citava o Site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) no artigo: “Os 10 Principais Riscos para os Negócios em 2008”.

É interessante observar que não há surpresas quando lemos com atenção os indicadores sobre o que nos reserva o futuro. Também não há surpresas quando temos os instrumentos adequados e uma estrutura para Gerenciamento de Riscos, quer de natureza interna ou externa. Especialmente quando há transparência na informação. Portanto, para que tudo funcione bem, é necessário que a organização possua também, boas práticas para a transparência. E é aqui que grande parte dos gestores ainda peca...

Não há mais espaço para análises complexas que nada informam. É irrelevante a contribuição de quadros comparativos que demonstram, por exemplo: “Vendas por Região ou Segmento”; “Gastos por Departamento”; etc. É preciso que a informação seja acompanhada de dados que revelem qual o objetivo alcançado ou benefício gerado. Não dá mais para esconder fatos com meros demonstrativos sem objetivo (ou, o que seria pior, com a intenção de lograr o leitor). É como diz o ditado: “Pior que uma mentira inteira, somente uma meia-verdade

As agendas ocultas estão – pouco a pouco – sendo apresentadas. É o momento de revelar-se também o novo profissional que, além da competência em elaborar dados para a contabilidade terá a responsabilidade de criar apresentações simples e claras a todos os usuários das informações contábeis.

Afinal de contas, há uma questão inquietante a ser respondida: “O que é Transparência?”

Podemos listar as seguintes qualidades sobre transparência: legitimidade; simplicidade; originalidade; revelar o que é essencial; etc.

Os sites governamentais que tratam da transparência pública entendem que ela é a “construção da relação entre o Estado e a Sociedade, mediante prática de prestação de contas”. Alguns órgãos chegam a criar leis e/ou normas para que “haja maior transparência”.

Empresas também criam novos controles e regras complexas, tendo como objetivo “serem mais transparentes”... Como se fosse possível graduá-la.

Ainda que a palavra transparência nos remeta a uma das características do vidro revelando vários graus de nitidez; há dois tipos apenas quanto à transparência da informação: Ela Existe ou Não.

O que se observa, infelizmente, é o receio de alguns empresários em apresentarem os principais fatos ocorridos na gestão de seu negócio. Há medo de dar informações demasiada aos concorrentes e com isso, acabam divulgando uma “meia verdade”. Os leitores acabam compreendendo de forma equivocada aquilo que está sendo revelado ou, o que é pior, imaginam algo oposto ao que deveria ser entendido.

A melhor política para o exercício da transparência é a simplicidade. Quanto mais simples for a informação mais facilmente ela será compreendida, eliminado interpretações equivocadas ou falsas. A simplicidade na comunicação é o segredo!

Os Contadores com formação nas áreas de Auditoria e Controladoria são mais habilitados a preparar, junto com um profissional de Comunicação, a forma e o conteúdo dos dados a serem divulgados aos usuários da informação contábil.

As boas práticas estão aí para comprovar essa nova situação. A transparência e a ética são os vetores desses novos tempos.

 

 

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